Commedia Purgatorio

Livremente baseada no épico poema com o mesmo nome – escrito por Dante Alighieri entre 1304 e 1321, adjectivado como “Divina” por Boccaccio em 1555 – e na obra que aquele inspirou em Gustave Doré (Estrasburgo 1832 – Paris 1883), COMMEDIA foi apresentada em três partes tendo Commedia.PURGATORIO sido a segunda delas. Aqui, à semelhança do que se fizera com Commedia.INFERNO e se faria com Commedia.PARADISO, trabalharam-se os trinta e três cantos do cântico de Dante por forma a decantar os elementos plásticos e performativos que melhor servissem uma leitura do conceito de Perfinst. Viajou-se, na companhia das três actrizes participantes, pela “Praia”, pelo “Ante-Purgatório”, pela porta do “Purgatório”, pelas sete estradas de montanha com sete anjos e sete escadas, pelo “Paraíso Terrestre” onde Matelda recebe e dá água dos rios Letes e Eunoé a beber a Dante, apagando-lhe a primeira, as memórias más, avivando-lhe a segunda, as recordações boas. Os objectos usados na instalação, na sua grande maioria usados ou danificados, emprestaram ao épico poema uma carga de alma e história que lhe potenciou a narrativa, extrapolando-a e metaforizando-a; como na Vida.