Lisboa
Maria Matos Teatro Municipal
18 a 24 de Junho de 2015, quinta-feira a quarta-feira, 21.30h
Gabinete de Curiosidades Karnart
07 a 30 de Setembro de 2015, segunda-feira a domingo 16h, sábado e domingo também às 19h
“«Ó Deuses! attendei esta súpplica ardente: / Se é verdade que ouvis as vozes que vos chamam, / Os nossos corações, fundi-os n’um sómente, / Fundi n’um corpo só nossos corpos que se amam!» / Chegou ao vasto Olympo a rogativa louca; / E Zeus, o grande Zeus cuja fôrça é infinita, / As duas bôcas transformou n’uma só bôca, / E dos dois corpos fez um só: HERMAPHRODITA!”. Eugénio de Castro (1869-1944) escreve, em 1894, um imenso poema inspirado no mito de Hermafrodito, que publica na coletânea de poesia “Salomé e outros poemas” e que, anos mais tarde, Natália Correia inclui na sua Antologia de poesia portuguesa erótica e satírica. É por este meio que o poema chega às mãos da KARNART que, em 2005, o inclui no seu espetáculo Satirotic e que, dez anos depois, a ele regressa para uma estreia no Teatro Maria Matos. Se HERMAPHRODITA, o poema, acolhe na alma do seu autor, separados pelo suicídio do único, os dois feros e hostis irmãos, HERMAPHRODITA, o espetáculo, expõe dos mesmos a alma, una em corpos despojados, nus – também pelo direito à dignidade de todas as minorias de género. HERMAPHRODITA era um espectáculo de vídeo-instalação, com quarenta minutos de duração, em que os corpos dos intérpretes, previamente filmados sem roupa e em movimento, eram em cena projectados sobre os mesmos corpos, praticamente imóveis e despidos.
poema | Eugénio de Castro |
conceito, direção artística e paisagem sonora | Vel Z |
codireção artística e narração | Luís Castro |
interpretação | Catarina Côdea |
Marcos Marques | |
Pedro Mendes | |
filmagem e montagem | Nuno Bernardo |
edição de som | Rui Geada |
assistência de produção | Cristina Cortez |
co-produção
Teatro Municipal Maria Matos
financiamento
Ministério da Cultura / DGArtes
Câmara Municipal de Lisboa
apoio
Forum Dança, Made-2-Wear, RegiEstúdio, Teatro Meridional