13 de Julho a 7 de Agosto de 2011
Este espectáculo foi uma incursão ao universo de HÚMUS, criado em Dezembro de 2010. Lia-se na folha de sala do espectáculo: “Como o melro do limoeiro bebe em poça de água no pátio, assim HUMUSARTE bebe de HÚMUS, espectáculo de perfinst que criámos em Dezembro de 2010. Imediatamente após sua a criação percebemos que, qual flor em processo de polinização, HÚMUS queria ser alargado, estilhaçado e pulverizado para germinar mais amplo e contaminante. Anexámos ao seu título a abrangente palavra ARTE. (…) Como se visita a casa de uma tia-avó na província beirã, onde se passavam férias de Páscoa e se descobriam fotografias, emoções e objectos; e onde nos lanches de chá, comendo pão e queijo-da-serra amanteigado, se ouviam histórias da aldeia; e das varandas se viam, pequeninas e tisnadas, mulheres vestidas de preto carregar, ligeiras, imensos molhos de gravetos ladeira acima. Quem visita HUMUSARTE tendo visitado HÚMUS sente-lhe a nostalgia e a presença da tia-avó, reconhece-lhe os cheiros, divaga nas suas memórias, revive as histórias que lhe ouviu. Sente o tempo que passou e mede-lhe o tempo que há-de vir, cruzando passado e futuro. Quem entra em HUMUSARTE e não vivenciou HÚMUS, encontra fechada a casa da tia-avó, entretanto falecida. Invade-a, conduzido pela mão de uma vizinha austera que foi buscar a chave guardada a casa do padre, e é deixado na sala-de-estar, entre loiças antigas expostas em vitrinas, e olhares frios de retratos feitos a carvão que lhe vigiam os movimentos. À descoberta em terreno alheio, receoso e intrigado, avança cautelosamente, cheira, vê e ouve, alcança a varanda interior que se abre para o pátio e ali fica, a observar o melro no velho limoeiro. De HÚMUS recuperámos o palhacinho, a velha Joana e a Teodora; reinventámos o texto de Raúl Brandão; fotografámos as instalações; filmámos os personagens nas suas vidas ao ar livre. HÚMUS cresceu em HUMUSARTE rompendo fronteiras, obrigando-nos a percorrer outros corredores e labirintos, prolongando os seus personagens em vida, em alma, em esperas, em acções.”
baseado em textos de | Raul Brandão |
conceito, direcção, instalação e narração | Luís Castro |
imagem, design e colaboração plástica | Vel Z |
produção executiva | Rita Conduto |
interpretação | Bibi Perestrelo |
Sara Carinhas | |
performance filmada | André Uerba |
Bibi Perestrelo | |
Mariana Lemos | |
paisagem sonora e edição vídeo | Adriano Filipe |
fotografias | Patrícia Rego |
iluminação | Alexandre Costa |
operação técnica | Fernando Ferrinho |
contra-regra | André Santos |
financiamento institucional
Ministério da Cultura / Direcção-geral das Artes
apoio
Galeria Monumental, Câmara Municipal de Lisboa/Associação Turismo de Lisboa, Antena 2
agradecimentos
Ana Frazão, António Estudante, Fernando Ferreira, Filipa Duarte de Almeida, Inês Costa, e ainda Teatro da Trindade.