Velando

por paz e arte

Lisboa
Espaço Karnart

VELANDO por paz e arte
07 a 18 de Abril de 2003

Segunda-feira a Sexta-feira, das 13h às 19h

22 a 30 Abril de 2003
Segunda-feira a Sexta-feira, das 18.30h às 19.30h

Artistas Contra a Guerra
01 a 31 de Maio de 2003
Quarta-feira a Segunda-feira, 18-21h

Perfinst aberto ao público que passasse na Rua da Escola de Medicina Veterinária, para a qual se abria a porta do EspaçoKarnart, ou que pela mesma espreitasse, criado a partir de “Family sitting with deceased, Nigeria” de Bruno Barbey/Magnum, fotografia publicada no livro “(un)Fashion” (M&Co, New York) que tem direcção criativa de Tibor e Maira Kalman, edição fotográfica de Kevin Kwan e design gráfico de Lara Harris. VELANDO afirmava-se como um manifesto pela Arte e contra a guerra (os EUA tinham invadido nesse ano o Iraque, em mais uma das suas recorrentes ofensivas bélicas) e era visitável durante seis horas por dia em ciclos de cinquenta minutos – separados entre si por pausas de dez minutos que eram usadas para o elenco trocar; o performer encarnando o defunto que, absolutamente imóvel, estivera em cena durante todo o ciclo, bem como a figura feminina que o vigiava e assistia, trocavam por dois intérpretes previamente preparados. A cadeira vazia à cabeceira do morto manter-se-ia nesse estado reservada ao espectador que encarnasse a figura masculina da fotografia original (sentada com roupa branca e de chapéu vermelho), e um manequim personificando riqueza e soberba enquadrava a porta da rua, completando em termos de presença o número de familiares presentes na imagem de inspiração. Este objecto artístico e a sua filosofia deram origem, semanas mais tarde, a um evento pluri-artístico com curadoria de Luís Castro denominado “Artistas contra a guerra”, no qual participaram (ordenados alfabeticamente) Adriana Freire e wolfgang, Annette Strootman, António Pocinho, Artur Amaro, Dora Bernardo, Fernanda Fragateiro, Gila, Inês Lapa Lopes, Isabel Aboím, João Cutileiro, João Fonte Santa, José Fragateiro, José Miguel Ribeiro, Luís Castro, Luís da Matta Almeida, Luísa Ferreira, Luz da Camara, mackintóxico, Margarida Lagarto, Mariana Viegas, Maria Campos, Nuno Soares, Nuno Neves, Paulo Abreu, Pedro Amaral, Pedro Sena Nunes, Rui Chafes, Rui Pereira, Rui Vasco, Rute Maluma, tha muse, Vel Z e Virgílio Almeida.

conceito, instalação e direcção	Luís Castro
interpretação
defunto	Afonso Horta
	Luís Castro
	Pedro David
	Ricardo Cruz
	entre outros
acompanhante	Bibi Perestrelo
	Dora Bernardo
	Isabel Gaivão
	Maria Campos
	entre outras
produção executiva	Susana Correia
assistência à instalação	Ricardo Cruz
	Vel Z
assistência aos figurinos	Fernanda Ramos
fotografia	Maria Campos

financiamento institucional

sem qualquer financiamento

agradecimentos

a todos os intérpretes e colaboradores que ofereceram o seu trabalho, e ainda a
Adelaide Caiado Lopes, Joel Correia, e Luís D’Andrade da Costa e Castro.

Fotografia de Inspiração: “Family sitting with deceased, Nigeria” @ Bruno Barbey/Magnum

Fotografias polaroide @ Maria Campos

VELANDO | Anúncio-Cartaz

VELANDO | Anúncio-Apresentação

Artistas Contra a Guerra | Folheto

PÚBLICO – 22 de Abril de 2003

A CAPITAL, Inês Pinto Queiroz – 03 de Maio de 2003

PÚBLICO, Joana Gorjão Henriques e Óscar Faria – 07 de Maio de 2003

DIÁRIO DE NOTÍCIAS, Elisabete França – 22 de Maio de 2003

Esta vela comoveu-me muito, obrigada. Porque há nela a delicadeza de todo o respeito do mundo. Deixo aqui a frase de Ali, aquele menino tornado homem num segundo, aquele segundo em que o seu pai, os seus irmãos, e sua mãe grávida explodiram, deixando-o só e sem braços - Uma montanha não suportaria a dor que eu sinto.

Caros amigos. Os meus respeito e agradecimento pelos trabalhos que têm feito! Não posso deixar de estar solidário com a vossa atitude e mostrar o meu repúdio por terem sido eliminados pelo júri do IPAE. Abraços.

Uma paragem para pensar que vale a pena. Na companhia da respiração do morto. Obrigada.

A good iniciative to open eyes, because unfortunately it’s reality. Life and death are precious things and you can´t play with it. Peace and love from two dutch students.

Parabéns pela vossa “perfinst”. O silêncio incomoda, a incapacidade de quem entra e faz parte da instalação torna-se claustrofobicamente assustadora, o convite feito para nos sentarmos e calarmos faz-nos sentir medonhos. Não saio propriamente satisfeito e feliz, mas sim com a sensação de quem levou uma bofetada e água pela cara abaixo para ver se desperta. Beijos e abraços e um obrigado enorme pelo momento partilhado.

Coragem civil! Se todos os que pensam, os que param para pensar, falassem – talvez pudéssemos mudar o mundo. E “sonhávamos” então com outras coisas.

Seremos capazes de ficar silenciosos velando? Sabemos nós o poder do silêncio, o simples facto de sermos, de estarmos vivos, em silêncio, testemunhas, alerta. Mais sentidos que percebidos, como dizia o meu pai. Obrigada por existirem.

A guerra não será a solução para a “porcaria” do dinheiro vencer!!! Paz para todos.

Abaixo a guerra, a grande devoradora da felicidade humana e alimentadora dos fabricantes de armas. Viva Aristófanes!

O direito à saúde é uma falsidade dos políticos. O direito à doença, esse sim, deve ser respeitado! Não sei porque digo isto, mas gostava de pensar que o mundo me RESPEITA, DANDO-ME VIDA. Por todos os que não podem viver ou vivem, sem respeito.... Beijo-vos.

A silent point of view. I really like this way of expression, cause when silence opens ours eyes maybe some minds will follow. Good luck.

A vida é um sonho. Acordar é morrer.

Strong installations and pictures. This stupid war inspires people to express themselves.

“ARTISTAS CONTRA A GUERRA”

Tinha dois cadernos para escolher. Escolhi este. De facto escolhi-o pela capa. Portanto, escolhi um. Este. Porque quero deixar a minha impressão sobre esta “instalação” e sobre este espaço. Karnart | Guerra. Finalmente uma reacção! Uma reacção contra a guerra! Todos se queixam, todos, mas silenciosos! Hoje volto a dizer que este espaço é tudo. Tudo está em tudo e por isso vale a pena pensar. Circunscreve-se na filosofia em que um caderno pode ser uma resposta bélica. Obrigado, força! Trabalhamos sempre. Karnart.

Bonito espaço!!!!! Exposição muito interessante. Excelente montagem. Boa selecção (das obras).

Acho que os quadros são um bocadinho assustadores.

Um trabalho extremamente interessante e bastante original, não no tema!!! mas sim na dinamização do espaço.

..., triste, macabro... mas verdadeiro. Parabéns ao actor que está lá em baixo, é preciso ter alma forte para tal. Boa sorte. Bjs.

Gostei bastante. Vou cá voltar porque tem um ambiente sóbrio, elegante e sério.

Boa harmonia na escolha das peças.

Acho que a iniciativa é boa e que devia haver pessoas com poder para fazer valer o que aqui é “pedido”. Pois a guerra não leva a parte alguma, é só um jogo de interesses, onde morrem sempre muitos inocentes. Viva a paz e a liberdade.

Vi e ouvi as expressões dos artistas que sabem comunicar a sua indignação perante a guerra, o crime e a hipocrisia. Tenho esperança que o desejo de lutar contra estes horrores se mantenha vivo em todos nós e se transmita às gerações futuras.

Gostei de algumas críticas que foram feitas aqui, acho que todas são boas porque o objectivo com que foram ou para o fim que foram realizadas é excelente, embora tenha as minhas preferências, mas no global gosto de tudo. As minhas eleitas são a explosão, o ferro do USA, a Culinária do Tormento e a foto dos Bush. Embora haja uma falha enorme ao estarem garrafas de Coca-Cola escondidas atrás do frigorífico. Os meus parabéns, conseguiram satisfazer com a exposição.

Eu estou impressionado, com a capacidade dos meus amigos e criatividade. Beijos.

Gostei a atitude!

Sem dúvida macabros ainda assim surpreendente. Apesar de não concordar com a linha “anti-americana”, não sou a favor da guerra, expressaram-se de forma clara e simultaneamente subtil. Admiro o vosso trabalho.

A Arte é sem dúvida a única forma de chegar a uma PAZ efectiva. Porquê? Porque interroga, debate e confronta permanentemente sem fazer mortos nem feridos, sem fazer vencedores nem vencidos. Os senhores da guerra nunca compreenderão isto. Mas é bom saber que está alguém no Mundo pronto para os lembrar.

Adorei! Penso que devem continuar! O vosso espaço de intervenção começa dentro de nós; e depois é onde nós estamos, aqui, agora e sempre!!

A good thing.

Creio que é um grande estímulo para sentimentos fortes e talvez fazer-nos sentir, ser, pois, somos humanos e não têm agido como tal enfim, para a próxima trago alguém pois assustei-me senti dor, chorei. Vou divulgar o máximo que puder e voltarei. Obrigado a todos. Viva à Arte e à expressão, vida com amor. Beijinhos.

Ainda bem que há gente com talento e com amor à humanidade e contra a guerra gratuita, se é que há sem ser, e se junta e consegues este ambiente com esta força. Um abraço para todos e bem hajam.

Foi muito bom, curti, adorei as críticas aos Estados Unidos, só achei que deviam criticar mais multinacionais. Mas tá bacano.

Reparei a minha professora de Português a dizer, “A vida não tem caminho, tem caminhar”. Sinto-me mal por estar a escrever esta ideia que não é minha mas... “Vale a pena pensar nisto”. Gostei da primeira imagem que tive na casa de banho – eu (reflectida no espelho) – o conteúdo da receita, a ideia de repetição e os anos que já contaram com aquelas mesas-cadeiras-escolares- circuito. O ambiente enérgico com colunas em vasos.

Sentada debaixo deste caderno reparei numa garrafa de coca-cola debaixo do lavatório. Pertence a quem esta???

Não será nem o tempo nem o espaço, apenas o contexto. A melancolia metamórfica de uns homens em armas. A tristeza de podermos perecer nas mãos de um qualquer bárbaro, e a história deixa de ser do meu povo, foi-nos tomada, esquartejada, possuída. Belo o espaço, delirante o motivo. O cenário transporta-nos.

A pergunta que faço a mim próprio ao escrever estas linhas é: não será esta caneta feita a partir do petróleo?? Por vezes temos que agir e não pensar tanto. Mas espírito crítico é fundamental e sem ele não existiam ideias, como esta exposição mostra. É uma amostra de ideias e sentimentos ambiciosos e irreverentes, que por vezes até causam algum mau estar. Espero poder voltar aqui para presenciar outros eventos. Cravem as garras naquilo que acreditam!!

Make Love. Not War.

No fundo é como saborear um prato de Corn Flakes feito de pessoas transgénicas e leite em pó químico... ...Mas do melhor!

Gostei principalmente do conceito da exposição – continuem! A receita estava genial, especialmente a parte do sucedâneo de liberdade. O espaço continua super enigmático. Força Karnart. Beijos para todos

Impressionado, velei um corpo imaginário.

Achei um espaço muito bem aproveitado, devendo haver mais iniciativas deste género. Dou os meus parabéns e adorei a exposição. Obrigado.

Tive uma grande empatia com esta exposição, pois estive há “pouco” a fazer um subvertisings contra a guerra e tudo o que se relaciona com ela e contra também as marcas e produtos que testam nos animais.... cromos para expor no CCB, mas o organizador da exposição achou os cartazes demasiado violentos. Vocês têm aqui um óptimo espaço para exposições e muito, muito mais. Precisam é de divulgar mais os acontecimentos e eventualidades que aqui se concretizam. Desejo toda a sorte para esta equipa de artistas e acho que a exposição está bem conseguida.

Um pouco de cortante, suficientemente macabro, forte, incisivo, como só se pode fazer numa crítica à brutalidade com que a política lida com os problemas do presente, muitos que vêm do passado e que graças aos políticos como o Sr. Bush, Sr. Blair e o Sr. Aznar se prolongarão no futuro graças à sua política capitalista e prepotente do “O mais forte governa, o mais fraco fo**-se“. Todos os trabalhos estão excelentes e é preciso continuar a luta por uma sociedade melhor.