António Marinheiro

Imagem de Vel Z
LOCAL E DATAS
Lisboa
Espaço Karnart
17 de Outubro a 19 de Novembro de 2002
Quarta-feira a Segunda-feira, 22h
 
Porto
Balleteatro Auditório
[Teatro Carlos Alberto / Teatro Nacional São João]
13 a 16 de Março de 2003
dias úteis às 21.30h, Domingos às 16h
APRESENTAÇÃO

SINOPSE do texto: Amália vive o seu dia-a-dia de costureira numa casa de Alfama. A sua vida foi recentemente alterada pela morte do marido, a qual teve lugar numa rixa de taberna. O homicida, ilibado em tribunal, é um jovem marinheiro, António. Numa visita a casa de Amália e de sua mãe Bernarda, António explica que matou em legítima defesa, e pede perdão. Apaixona-se por Amália e Amália por ele. Casam. Meses depois, numa ambiência carregada de sinais e presságios, descobre-se que o filho de Amália e do defunto, que Bernarda abandonara muitos anos antes num porto, é António. Cumpre-se um destino de Édipo, em Alfama. TESTEMUNHO de Luiz Francisco Rebello, amigo de Bernardo Santareno, no programa do espectáculo da Karnart: “Depois do Pecado de João Agonia, António Marinheiro: Luís Castro, reinveste a sua criatividade na obra dramática de Bernardo Santareno, não deixando assim que sobre ela caia, como entre nós infelizmente é hábito, a poeira do esquecimento. Mas, porque uma obra de teatro é um corpo vivo, fecundado a cada representação pela inventiva do encenador, Luís Castro recusa uma abordagem passiva do texto de Santareno, libertando-o das escórias de um excessivo verbalismo e, o que é mais importante, da crosta de uma pudicícia imposta pelos absurdos e obsoletos códigos morais em vigor à data da sua escrita. Como no Pecada, a tragédia do sexo reprimido e sublimado desoculta-se aqui, em toda a sua terrível nudez. Quando, pouco falta já para meio século, Santareno irrompeu na morna paisagem da nossa açaimada dramaturgia, fui dos primeiros, e disso me orgulho, a saudar “a perturbante ousadia dos seus temas”, a “incontida pulsação dos sentidos em desordem” que arrasta as suas personagens, enredadas no labirinto e no tumulto das paixões. Paixões proibidas, como não podia deixar de ser, que só elas dão substância à verdadeira tragédia, que é sempre um acto de transgressão. Mas eis que, envoltos (à data da criação, 1967) nas roupagens grand-guinholescas do conflito, nos arabescos e subterfúgios da linguagem, o crime, o incesto, a homossexualidade, recuperam nesta desconstrução/reconstrução da peça de Santareno os seus títulos de nobreza, ofuscando-nos com o seu negro fulgor incandescente. Não é fácil, a quem não viveu esse tempo de cinzas e de grades, imaginar hoje o que significou o sopro de liberdade que Santareno, digo os seus temas, insuflou no teatro que então era tolerado fazer-se. Daí o recurso à metáfora, à perífrase, ao não-dito – para dizer o que não se podia dizer. Mas que existia, e dolorosamente, pelos riscos que assumi-lo implicava. E se não é já assim, a Santareno se deve, e aos que o acompanharam nesse combate em que estética e ideologia se fundiam num corpo único, corpo mutilado e profanado pelos guardiões de um templo decrépito que não tardaria a desmoronar-se.”

DEDICATÓRIA de Luís Castro: “À minha querida mãe, falecida em 22 de Maio do ano passado, dedico o espetáculo e o seu processo de construção”.

FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA

concepção, dramaturgia e direcção

Luís Castro

interpretação


trio A

Luz da Camara [Bernarda]


Rita Tomé [Amália]


Tiago Castro [António]

trio B

Bibi Perestrelo [Bernarda]


Lavínia Moreira [Amália]


Diogo Bento [António]

trio C

Teresa Mónica [Bernarda]


Dora Bernardo [Amália]


Ricardo Cruz [António]

companheiros

Carla Vasconcelos [Rosa, amiga de Amália]

Vicente Morais [Rui, amigo de António] em Lisboa


Pedro Carmo [Rui, amigo de António] no Porto

produção executiva

José Madeira

assistência de direcção e imagem

Vel Z

assistência de encenação

Isabel Gaivão

figurinos

Fernanda Ramos

Fátima Vaz

criação de som

Razguzz

criação de luz

Elias Macovela

movimento

Mário Afonso

fotografia

Maria Campos

operação técnica

Afonso Coelho

José Madeira

blogue

Sofia Oliveira

Jared Hawkey

FINANCIAMENTO E APOIOS

financiamento institucional

Ministério da Cultura | IPAE – Instituto Português das Artes do Espectáculo 

Fundação Calouste Gulbenkian [apoio ao arranque de estruturas]


apoio

Faculdade de Medicina Veterinária, Câmara Municipal de Lisboa | Cultura, Sindicato dos Médicos da Zona Sul, Associação Turismo de Lisboa, Paulo Vieira Cabeleireiros, Danças na Cidade, Orcopom, Snegami, Sagres, Rebel.

agradecimentos

Alexandre Leitão, António Lula, Campos Vieira, Drakull, Isabel Paes, João Silva, Jorge Galamba, Kika Costa Campos, Lucília Ferreira, Luísa San Payo, Luiz Francisco Rebello, Maria de Lourdes Duarte, Maria do Rosário Coelho, Maria João Neves, Mário Gouveia, Mark Deputter, Mimi, Óscar Grave, e ainda Antena 2, c.e.m Centro em Movimento, tintas CIN, maquilhagens Cinecor, Danças Na Cidade, Delta Cafés, DIF, FO&CO som, Office Centre Sintra, Rádio Luna, Rádio Voxx, tintas Robbialac, Teatro da Trindade, Transtejo, Vox Gráfica.

GALERIA I

Fotografias de bastidores © Maria Campos

GALERIA II

Fotografias de cena © Maria Campos

GALERIA III

Fotografias de cena © Maria Campos

GALERIA IV

Provas polaroide de caracterização © Vel Z

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